Mercado de música na internet está em expansão
19/07/2005
Os serviços de distribuição de músicas pela internet, considerados até há bem pouco tempo pela indústria fonográfica como os vilões do mercado, vão de vento em popa, inclusive com serviços e parcerias surpreendentes, como Peer Impact, lançado na semana passada. É claramente inspirado no carisma e na eficiência do antigo Napster, mas com algumas diferenças fundamentais: o troca-troca de músicas é pago e o serviço conta com a bênção de algumas das maiores gravadoras do mundo. Ainda está em fase de testes, mas já sinaliza uma possível guinada no mercado.
Quem compra uma música no Peer Impact fica livre para fazer com ela o que bem entender, inclusive repassá-la para qualquer outro integrante da rede de compartilhamento. Mas o repasse não é gratuito. Se uma outra pessoa baixa uma música que está com você terá de pagar por ela. O pagamento é feito diretamente ao Peer Impact, mas o sistema reconhece de onde ela foi baixada-nocaso,oseucomputador – e remunera o dono da máquina com créditos que poderão ser usados para comprar novas músicas e realimentar a cadeia.
É como se cada usuário se tornasse um redistribuidor autorizado das gravadoras, sendo remunerado pela infra-estrutura de distribuição. Quanto maior o número de músicas compartilhadas, mais gente estará ganhando com isso. Pode até não pegar, mas não deixa de ser surpreendente para um setor que até hoje questiona na Justiça a legalidade da própria tecnologia (o P2P, de “ponto a ponto”) que possibilita o compartilhamento de arquivos pela internet.
O Peer Impact começa com um catálogo de 500 mil músicas, licenciadas por EMI, Sony, BMG, Universal e Warner Bros, o mesmo quinteto que está ao lado da Apple no iTunes, o megashopping musical, líder na venda de músicas pela web, com 1,5 milhão de títulos na prateleira. Nos próximos dias, por sinal, os administradores do serviço vão anunciar a marca de500milhõesde músicas vendidas desde que o iTunes foi inaugurado, há dois anos.
Como o preço das músicas não mudou de lá para cá (US$ 0,99,emmédia,porfaixa baixada), dá para fazer as contas: são cerca de US$ 500 milhões em canções exclusivamente vendidas pela internet, sem um monte de despesas e contradições do mundo real. (segue)
Site relacionado: www.peerimpact.com
Robson Pereira
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