Artistas e gravadoras independentes se casam com a internet
05/09/2008
A internet é o mais crescente e democrático canal de vendas para artistas e gravadoras independentes. É o que conclui o Estudo de Mercado da Música Independente que o Sebrae Nacional lança nesta quinta-feira (21) na Feira de Música de Fortaleza na capital cearense.
O material apresenta um retrato do setor no país e aponta as principais tendências. Uma delas é que os ambientes virtuais podem ser um caminho de sucesso para a música nacional.
Elaborado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o estudo traz informações cruciais sobre a cadeia da música, que envolve um conjunto gigantesco de profissionais. Há análises sobre as diversas etapas do processo de produção, englobando pré-produção, produção em si, distribuição, comercialização e até o consumo.
“São orientações para apoiar entidades e empresários a estabelecer estratégias para acessar o mercado, cada qual de acordo com a sua realidade”, explica a coordenadora técnica do documento, Patrícia Mayana.
As juras de um futuro promissor pela internet partem do pressuposto de um aumento crescente e significativo no faturamento das lojas virtuais nos últimos anos. Segundo dados do site IDG Now, especializado em internet, as vendas online no País, em 2007, cresceram quase 45% na comparação com o ano anterior.
Em compensação, a venda da música no formato físico, ou seja, em CD, segue tendência mundial e apresenta queda significativa. Em 2001, o faturamento do setor com a venda de discos compactos foi de R$ 891 milhões. Em 2004, esse número caiu para R$ 701 milhões. E, no ano passado, o faturamento despencou, chegando a R$ 337 milhões.
Exportações
Com as vendas pela internet crescendo substancialmente, a exportação da música brasileira explodiu no mundo. Sem as barreiras impostas pelo transporte e pela burocracia da importação, o comércio é facilitado e já gera bons lucros a gravadoras e artistas nacionais.
Dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) mostram que, durante a Feira Internacional de Música, na França, em 2006, o Brasil fechou mais de US$ 2 milhões em negócios com empresas e lojas on-line européias.
Especialmente em relação à música independente, a internet é um canal ainda mais promissor. Segundo relatório da Associação Brasileira da Música Independente (ABMI), 80% da produção nacional de fonogramas (música) é de independentes, o que representa 25% do total vendido no País.
No Brasil, as produtoras ou selos independentes somam mais de 400 empresas, em sua maioria micro e pequenas, que, juntas, possuem grande participação no mercado. “Pela internet, artistas e pequenas gravadoras tem mais recursos e facilidade para divulgar seu produto e atingir o público específico”, explica Matheus Marangoni, pesquisador da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
“Como a internet não tem fronteiras, essa divulgação passa a ser internacional. Além disso, quando o consumidor paga pelo produto, toda a cadeia é remunerada”, agrega.
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