Brasil ameaça EUA com criação de \”internet paralela\”
21/09/2005
O Brasil alerta que, se não houver um acordo para a internacionalização do controle da internet, existe o risco de que grandes países em desenvolvimento comecem a refletir sobre a possibilidade de se criar uma rede paralela de computadores – uma espécie de Internet 2 -, com o objetivo de quebrar a dependência tecnológica em relação aos Estados Unidos. Nesta semana, os 191 países da ONU se reúnem para tentar fechar um entendimento sobre a gestão mundial da rede de computadores.
“Se não houver um acordo sobre a governança da internet, é natural que países como o Brasil, Índia, África do Sul e China busquem sua sobrevivência tecnológica. Se não fizermos isso, vamos ficar muito dependentes”, afirmou Sergio Rosa, diretor da Serpro e um dos principais integrantes da delegação brasileira nas negociações na ONU.
As reuniões desta semana em Genebra são as últimas antes da Cúpula da Informação, que ocorre em novembro na Tunísia. O texto do acordo para a Cúpula, porém, teria de ser concluído ainda nesta reunião. Mas os países continuam apresentando posições contraditórias. O Brasil quer democratização, transparência e internacionalização do controle da internet, hoje nas mãos da ICANN, uma empresa da Califórnia que é acusada de manter relações com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Não por acaso, os americanos são contrários à proposta brasileira e argumentam que a internet precisa de estabilidade para continuar avançando e conectando os vários locais do mundo. “Os países em desenvolvimento também preferem manter a unidade da internet, mas desde que não signifique monopólio”, afirmou um delegado sul-americano. (segue)
Jamil Chade
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