Empresas lançam novas estratégias para atender classe C online

26/02/2009

Que o comércio on-line está a todo vapor, todo muito sabe, mas o que antes era privilégio de poucos, hoje quase todos têm acesso, inclusive os consumidores da classe C, segmento de consumidores que ganhou poder de compra recentemente e está começando a comprar pela internet. Mas, assim como no varejo d e concreto, este público tem um comportamento diferente quando a compra é realizada no meio virtual.

A classe C é a que mais cresce entre os consumidores on-line. No Pontofrio.com, inclusive, já há estratégias especificas para esse público, como apresentação do produto em vídeo, em 3D, parcelamento maior e outras vantagens para fidelizar o cliente. “Os consumidores da classe C muitas vezes não compram na primeira vez, são menos impulsivos e gostam de pesquisar”, afirma Patrick Scripilliti, Gerente de Marketing do Pontofrio.com em entrevista para o Mundo do Marketing. Até o fim deste mês, a rede de varejo ampliará o número de parcelas para as compras on-line, que hoje estão em 12 parcelas, na média.

Se antes o jovem era quem comandava as vendas on-line, hoje essa faixa etária mudou. Dados do Ibope mostram que no período entre julho de 2005 e julho de 2006, dos brasileiros que fizeram compra pela Internet, apenas 19% tinham entre 35 e 44 anos. O mesmo período foi analisado entre os anos de 2007 e 2008 onde esse percentual subiu para 28%.

Lojas virtuais populares
O comércio eletrônico vem crescendo, mas para atingir mais consumidores, precisa conquistar a classe C. Prova disso é a Casas Bahia. No início deste mês a empresa estreou sua loja virtual com um investimento de R$ 3,7 milhões. A expectativa é que a pontocom responda por 2% do faturamento total da empresa. “A Casas Bahia trouxe à tona essa questão das classes mais baixas comprarem pelo computador e mostra a importância desse canal para as empresas”, afirma Rafael Lamardo, professor da pós-graduação em gestão empresarial e inovação tecnológica da ESPM, em entrevista ao site.

Ainda de acordo com Lamardo, ano a ano as pessoas ficam cada vez mais confiantes para comprar pela Internet. A popularização da banda larga e da compra de computadores pela classe C mostra um processo natural de amadurecimento do uso na rede para fazer comprar. Mas isso não quer dizer necessariamente que essas pessoas se tornarão consumidores on-line de imediato.

Para os clientes de baixa renda a compra é mais emotiva, torna-se quase um evento. E na Internet a compra é mais racional e nem sempre a racionalidade está associada ao produto e sim ao processo de compra. “A rede vai passar a ser um processo de compra sim pela classe C, mas isso levará um tempo. Achar que as pessoas sairão comprando pela Internet é um equívoco”, conclui o professor Rafael Lamardo.

Preferências na Rede
Os produtos de informática já lideram o ranking de compras dessa fatia de mercado. E as empresas que desejam atender a classe C de consumidores devem adaptar-se aos novos hábitos, facilitando as compras de produtos que antes não faziam parte do orçamento.

Para Daniele Daud, Diretora Executiva da QualiBest, as lojas de departamento têm maior potencial com esse público na Internet. “As magazines vendem de tudo e os consumidores podem comparar os preços. Há uma melhor forma de pagamento além da grande variedade de produtos”, conclui em entrevista.

De acordo com dados referentes ao primeiro semestre de 2008 do e-bit, instituto de pesquisa que monitora o e-commerce no Brasil, houve um crescimento relevante. Em 2005, as vendas concentradas nas mãos de pessoas com renda familiar de até R$ 3 mil representava 31%. Hoje esse número cresceu para 35%. As classes D e E também apareceram no radar do comério eletrônico. Em 2001 era 6% e atualmente corresponde a 8% das vendas.

Por Priscila Rivas, com reportagem de Thiago Terra

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