Enorme potencial de crescimento para o comércio electrónico
20/10/2003
Livros, revistas, jornais, artigos de música, software de computador, equipamento electrónico, viagens e bilhetes são as transacções mais efectuadas pela internet.
Preferência pelo comércio tradicional e falta de confiança são os dois maiores obstáculos à dinamização das compras através da Internet, opção utilizada por apenas cinco por cento dos portugueses, indicam dados divulgados quinta-feira.
Os resultados do inquérito à utilização das novas tecnologias pela população, revelam que a quase totalidade dos portugueses não recorre ao comércio electrónico, apesar de 95 por cento nunca ter tido uma experiência negativa que o pudesse justificar.
Apesar da taxa de crescimento médio anual do comércio electrónico se situar nos 71 por cento, os resultados indicam que o recurso à Internet para fazer compras é ainda residual.
O levantamento, realizado pela Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC) em Julho passado revela que, para os portugueses, a tradição ainda é o que era, razão apontada por 44 por cento dos inquiridos para não comprar em frente do ecrã do computador.
Mais de 20 por cento aponta a desconfiança como principal razão para optar pelos meios tradicionais de comércio, enquanto que apenas sete pc teme a insegurança com a garantia, modo de entrega e devolução de produtos danificados.
Os (poucos) que compram através da Internet fazem-no pela possibilidade de aceder a produtos raros ou indisponíveis no país (23 pc), ou pela comodidade do processo, que evita deslocações desnecessárias (21 pc).
Livros, revistas, jornais (36 por cento), artigos de música ou vídeo (35), software de computador (22), equipamento electrónico (15), viagens (15), bilhetes de teatro ou concerto (13), são os artigos mais comprados pela rede.
O pagamento é feito on line, com cartão de crédito, na quase maioria das compras (44 pc), enquanto que 12 por cento só paga no acto de entrega.
Os resultados do inquérito são mais animadores relativamente à utilização do computador: 53 por cento dos inquiridos fazem-no, o que traduz uma taxa de crescimento médio anual de 14 por cento.
A mesma tendência de crescimento verifica-se no número de utilizadores de Internet, 39 por cento, com uma taxa de crescimento médio anual de 25.
Apesar de em franco crescimento (a TCMA de posse de ligação à Internet nos agregados familiares é de 52 pc), apenas 28 pc das famílias portuguesas têm um computador ligado à rede, com o preço a funcionar como elemento dissuasor.
A dinamização das compras electrónicas é uma das bandeiras do Governo para controlar as despesas públicas. (segue)
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