EUA desmontam quadrilha que traficava drogas pela Internet
Autoridades dos Estados Unidos e Canadá detiveram na quinta-feira 115 pessoas e desbarataram quatro redes de distribuição de drogas, na primeira operação de combate a traficantes na Internet.Asa Hutchinson, diretor da Drug Enforcement Administration (DEA, agência de combate ao tráfico de drogas nos Estados Unidos), disse que agentes de sua organização e outros policiais deram início à Operação Webslinger na quarta-feira, e que ela continuava na quinta, resultando em 115 detenções em 84 cidades dos Estados Unidos e na cidade de Québec, no Canadá. “Desmantelamos quatro redes nacionais de distribuição de drogas nessa primeira operação já empreendida contra os traficantes via Internet das chamadas drogas de estupro – GHB,GBL e 1,4 Butanediol, ou BD”, disse Hutchinson. “Esses criminosos são os líderes e os corretores de nível médio das quadrilhas de tráfico de drogas vias Internet”.”O longo braço da lei hoje claramente foi ao fundo do ciberespaço para enviar uma mensagem clara – a polícia penetrará a capa de segredo que cerca os traficantes eletrônicos de drogas e os levará à Justiça”, disse ele em entrevista coletiva.A investigação com duração de dois anos tinha por alvo indivíduos e organizações que fornecem grandes quantidades de GHB, GBL ou 1,4 Butanediol encomendados via Internet e entregues pelo correio. As drogas eram anunciadas por email e em salas de bate-papo na Internet.O GHB, ou Gama Hidrobutirato, é um depressivo que aumentou de popularidade nos últimos anos e se tornou conhecido como droga para “estupro em encontros”. Causa tontura, perda de inibição e perda de memória e muitas vezes é administrado na bebida da vítima.O GBL, ou Gama Butirolactone, é um solvente industrial usado na produção do GHB. É usado em solventes e produtos de limpeza. O BD, ou 1,4 Butanediol, é um solvente industrial que, no corpo, também se transforma em GHB. É comercializado e vendido como solvente para remover de esmalte de unhas.Além de ser usado como droga para estupros, encontrada com frequência em festas raves e clubes noturnos, o GHB vem sendo divulgado pelos traficantes como alternativa segura ao álcool, porque causa sensação semelhante à de alguns drinques, mas não é detectável em testes de bafômetro.As autoridades confiscaram na operação US$ 1 milhão em bens dos traficantes e descobriram mais de 12 mil litros de GBL e BD. As drogas confiscadas são equivalentes a mais de 25 milhões de doses. Cada uma é vendida nas ruas por cerca de US$ 10. “O GHB é particularmente odioso – não tem cheiro e cor o que torna muito difícil de detectar em uma bebida”, disse Jamie Zuieback, da Rede Nacional contra Estupro, Abuso e Incesto.As autoridades da DEA disseram que entre as prisões estavam uma mãe e seu filho que tinham contratado deficientes mentais para prepararem as drogas. No Canadá, a polícia prendeu Daniel Pelchat, que operava vários sites que vendiam kits GHB e os distribuíam pelo serviço postal dos Estados Unidos. Os traficantes canadenses exportavam a droga para cerca de 20 países.
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