Internet: útil ou patética?
17/11/2008
A Internet não é um meio, apenas, mas um recurso infra-estrutural, como água e luz. E como tal, também sofre com o desperdício causado pelo mau uso.
É a opinião do Ph.D. em Comunicação Digital pela Escola de Comunicações e Artes Universidade de São Paulo (ECA-USP), Luli Radfahrer, que palestrou sobre “Inovação Digital” no SenacTech nesta terça-feira, 04.
“É o uso da Internet que a torna útil ou patética. Hoje, há sim desperdício deste recurso, basta ver que a maior parte do conteúdo proprietário mundial em web é pornografia”, destacou Radfahrer, que não chega a ver nisso um mal incurável. “Mas trata-se de um bem renovável: a Internet não se extingue porque é mal usada, ela permanece aí para os bons usos que se pode fazer dela”, complementou.
Para o Ph.D., a publicidade online é um nicho exemplar do uso incorreto da rede. mundial de computadores. “A Internet não é um veículo de venda, é um veículo de compra. Dificilmente alguém clicará em banners, por exemplo. Este é um modelo de publicidade nada funcional”, disparou.
Mas qual, então, seria o uso correto da Internet para um anunciante? Teoria de Radfahrer: informação, em detrimento da pura propaganda.
“Ao invés de um banner, vale mais investir em serviços que informem. Patrocinar um webjournal, por exemplo, ou outra coisa semelhante”, avaliou. “A Nike, por exemplo, realizou uma ação muito eficiente neste sentido: transformou seu site em uma fonte de informações para corredores. Isso é mais válido, quando se fala de publicidade online”, acrescentou.
Radfahrer também avaliou a atual relação do público com o conteúdo online. “Antigamente, havia poucas fontes de informação. Você sabia de algo e sabia onde tinha visto, ouvido ou lido. Era a Veja, a Globo”, ressaltou. “Hoje, são tantos os veículos, que você apenas sabe que ouviu falar do assunto, mas não lembra como, onde”, completou.
E, para ele, isto é saudável, pois diversifica os nichos informativos, o que amplia o poder de opção e, conseqüentemente, de avaliação do expectador. “Isso é ótimo, desenvolve a maturidade das pessoas em relação à informação. Com muitos veículos informando, o público tem mais opções para avaliar, comparar, questionar, formar uma consciência”, finalizou.
O Senactech ocorreu na segunda-feira, 03, e terça, 04, na Fatec, em Porto Alegre. O evento, que reuniu em torno de 400 participantes, que contaram com workshops e palestras.
Glaucia Civa
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