Microblogs viram moda e são a nova onda da internet

09/09/2008

No começo, era o blog. Mas a agilidade do mundo virtual criou um subproduto ainda mais veloz, o microblog. Na superfície da tela, ambos se comportam como um diário público, de livre acesso. A diferença é que a versão reduzida exige textos curtos, de no máximo 140 caracteres, e permite a postagem de músicas, uma de cada vez. O microblog faz sucesso entre os que não têm paciência nem tempo para manter uma página pessoal, mas é claro que os netmaníacos preferem ter as duas versões, além de participar de paginas de relacionamentos. E já há quem enxergue aplicações de mercado para a novidade, que começou a ganhar espaço na internet há cerca de dois anos. Os diários on-line ficam abrigados em sites especializados.

O microblog, que começou tímido, virou uma importante ferramenta de comunicação. Mesmo os usuários de redes sociais usam o aplicativo para a rápida publicação de informações. Algumas delas, como o MySpace e o LinkedIn, perceberam a tendência e já disponibilizam microblogs para seus integrantes, que informam sobre movimentações como um passeio no cinema ou tempo para um cochilo.

Pelo limite de caracteres, as mensagens são curtas e diretas. Mas o serviço pode servir também ao professor que quer informar seus alunos sobre uma nova tarefa escolar. Alguns jornais estão usando o recurso para anunciar a manchete, com link para a notícia. Como uma espécie de rede social enxuta, um Orkut diet ou um fórum de discussão evoluído, os microblogs oferecem opções para montar uma rede de amigos e conhecidos, acompanhar os passos de cada um ou manter conversas sobre assuntos diversos.

O burburinho ao redor do assunto estimulou o surgimento de ferramentas e provedores de microblogs específicos, ampliando as opções dos internautas. Alguns permitem que o usuário seja informado pelo celular sobre novas mensagens postadas por um contato, outros podem ser acessados pelo MSN e outros ainda para o compartilhamento de músicas, como o Blip.fm, em que o blogueiro divulga suas faixas preferidas, transformando a página em uma rádio virtual aberta.

Os iniciados podem criar seu próprio site de microblog, com ferramentas como o Laconica, um programa de código aberto, no qual qualquer um pode se aventurar e programar. Um dos filhotes do Laconica é o Identi.ca, semelhante ao Twitter, de textos.

Como ocorreu com os blogs, a nova versão também vem sendo usada como modelo de negócios explorado por empresas e profissionais em busca de canais de relacionamento com o público. O diretor de uma agência de publicidade, Daniel MacNeed, defende que, no esforço para se manter no mercado, qualquer nova forma de comunicação, divulgação e interatividade com o cliente precisa ser testada. “Tentamos nos manter atualizados. Fizemos uma pesquisa entre o Twitter e o Plurk (outro microblog) para ver como é possível utilizá-los. Como tudo caminha para os meios digitais, vamos instalar um microblog e ver o que vai acontecer”, afirma.

MacNeed explica que é mais fácil manter os clientes atualizados pelo microblog, mas alerta que os mecanismos de controle não são tão rígidos quanto os de um blog. “Um período de testes é fundamental para saber como se comportar no caso de mensagens mal intencionadas ou desrespeitosas, que chegam e são publicadas muito rapidamente”, alega.

O gerente de projetos de uma agência de marketing digital, Marcelo Caldeira, diz que a ferramenta complementa outros meios de comunicação. “A empresa onde trabalho tem um site e contamos também com o Twitter para relacionamento com internautas. Já o usamos para divulgar uma vaga de emprego. O microblog é mais um bom meio de comunicação”, avalia. Caldeira se cadastrou recentemente no Blip.fm. Por enquanto, o interesse é pessoal. “Ainda não sei se é possível trazer o Blip.fm para uso profissional”, diz.

Richard Pfister – Agência Anhangüera de Notícias

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