Novas fronteiras para o e-procurement
10/02/2003
Enquanto a filial brasileira do laboratório GlaxoSmithKline exporta solução para subsidiárias da América Latina, a Embraer transfere base online para os EUA e os portais independentes privados desenvolvem o relacionamento indústria-varejo.
Os bons resultados do sistema de e-procurement (cotações online) montado há três anos pela subsidiária brasileira do laboratório inglês GlaxoSmithKline deram origem a um case dentro da multinacional de medicamentos e vacinas.
Tanto que o diretor de compras da filial, Isaac Jarlicht, está anunciando a extensão do projeto para filiais da América Latina. “Fechamos 2002 com uma economia de R$ 4,2 milhões em compras de materiais indiretos (não relacionados à produção), com o sistema de cotação online e a compra via leilão reverso. Uma redução de custos de 17% no preço final”.
Outro projeto que expande fronteiras é o da Embraer. Desenvolvido em São José dos Campos (SP), seu portal Aerochain teve a base de operações transferida para a Flórida (EUA). O e-procurement também é uma das bases de faturamento de portais privados independentes como Transora e Mercado Eletrônico, com operações no Brasil e também no mercado externo.
A GlaxoSmithKline desenvolveu as soluções para os sites de seu portal corporativo com tecnologia da Dinamo Web, empresa de TI do Rio de Janeiro. Um desses sites serve para a comunicação institucional. Outro para os negócios de B2B voltados ao e-procurement e às compras de materiais de manutenção, reparos e operações (os MRO). E um terceiro site, para compras estratégicas, de materiais diretamente ligados à produção, uma vez que o laboratório também fabrica seus produtos no Brasil.
Embora a economia de custos seja bastante expressiva para uma iniciativa de B2B, Isaac Jarlicht destaca outros ganhos do projeto. “A redução da complexidade dos processos é muito expressiva. Evitamos processos que não agregam valor, como as antigas trocas de fax e papéis que atrasavam a conclusão das compras”.
Esse ganho é essencial sobretudo em aquisições estratégicas, prossegue o diretor do laboratório, em que reduções de pre-ço não têm tanto peso no processo. “Aí os ganhos são na comunicação com os fornecedores e na melhor utilização do tempo dos compradores, que passam a usar esse ganho para planejar o trabalho”, afirma Jarlicht.
O batismo de fogo do projeto foi a realização do primeiro leilão, depois de realizadas as cotações on-line. A GlaxoSmithKline adquiriu 200 palmtops para sua força de vendas, e conseguiu uma redução de 30% no preço final. “Foi o que nos deu ânimo para prosseguir”, recorda o diretor de compras.
A partir daí, a empresa criou seu próprio catálogo eletrônico, para cotação e posterior compra de uma série de produtos e serviços, como materiais impressos e de papelaria, contratação de hotéis para eventos e, mais recentemente, contratação de serviços gráficos e de construção civil, para reformas e obras no laboratório.
Até o pó de café expresso ou um ônibus novo são adquiridos pelo sistema on-line. “Criamos bancos de dados de todos esses temas, ligados ao nosso sistema de gestão (ERP) da J.D. Edwards”, diz Isaac Jarlicht. “O objetivo para este ano é chegar a 64% dos gastos de toda a companhia feitos via catálogo, isto é, sem a necessidade de gerar uma ordem de compra”, conclui o executivo.
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