Novos vírus abrem debate sobre segurança de e-mails
10/09/2003
Mesmo o mais experiente dos especialistas antivírus não tinham visto nada como o Sobig-F, um vírus que horas depois de estar circulando, em 19 de agosto, criou milhões de cópias de si mesmo e espalhou-se mundialmente, pulverizando todos os recordes de pragas anteriores, transformando-se, até então, no mais rápido da história. Ainda na aurora do ataque, os especialistas de segurança creditaram o sucesso do Sobig ao seu sofisticado design. Mas a magnitude do ataque levantou questões se a infra-estrutura das mensagens eletrônicas não está transformando as coisas mais fáceis para quem escreve os vírus.
“Os vírus e os spams têm o potencial de levar os requerimentos mínimos necessários da infra-estrutura de mensagens para um outro nível”, afirmou Blake Ramsdell, da Brute Squad Labs Inc. O SoBig-F colocou em questão a tecnologia usada para enviar uma mensagem eletrônica de um usuário de internet para o outro, de acordo com Ramsdell e outros especialistas de segurança.
O SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), por exemplo, foi desenvolvido no início da década de 80 e ainda é o protocolo principal usado para a troca de mensagens eletrônicas entre servidores na internet.
Desenhado para prover um meio eficiente e confiável para transmitir mensagens, a grande vantagem do SMTP é sua habilidade em permitir a troca de mensagens em computadores e sistemas operacionais diferentes. Segurança, na época em que o protocolo foi criado, não era uma preocupação.
“Não é à toa que o ´S do SMTP significa simples”, afirma Paul Hoffman, diretor do Internet Mail Consortium, uma organização internacional que representa os fornecedores de e-mails. “Ele tem apenas 10 K de código.”
Os vírus como o Sobig também exploraram a ausência de autenticação do SMTP, que permite que qualquer pessoa que se conectar a uma porta do SMTP em um servidor de e-mail usá-lo para enviar uma mensagem, tanto por meio de um endereço válido ou fictício, de acordo com a CERT Coordination Center.
Os defeitos do SMTP são conhecidos há anos e uma versão atualizada do protocolo, o ESMTP (de Extended SMTP), também é prometida. Há também tecnologias que poderiam se unir ao protocolo e, dessa forma, fechar as portas para as invasões dos sistemas de mensagens. (segue)
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!