O pior já passou
05/11/2002
Ao longo dos 40 anos da história da informática, o ano de 2002 pode ser considerado como o mais caótico. Pelo menos essa é a conclusão apresentada pelo instituto de pesquisas IDC durante o evento Directions 2002 – Oportunidades em Tecnologia para Liderar. O mercado de tecnologia teve uma queda de 10% ao longo do ano e a projeção é que exista uma retomada que permita chegar ao crescimento de 4% ao ano.
São quatro as oportunidades que vão possibilitar a retomada do crescimento após um período de crise internacional e ataques terroristas: internet e e-business, integração de negócios, mobilidade e, por fim, segurança e continuidade, informa John Gantz, diretor de pesquisas do IDC. “O número de usuários de tecnologias móveis não cessa de crescer e estará em franca expansão até 2006. E investir em segurança e continuidade é uma necessidade que cresce na mesma proporção em que as empresas estão cada vez mais na internet”, comenta Gant.
Dentro do mercado latino-americano, o diretor de pesquisas informa que o Brasil é o líder em praticamente todas as tecnologias, principalmente na telefonia celular, mas aponta que o desafio para o país não é concorrer regionalmente. E, sim, se aproximar de números de outros mercados emergentes como Rússia e África do Sul.
Segundo Mauro Peres, gerente de programa de pesquisas do IDC Brasil, 2002 realmente é um ano que poderia não ter existido, mas as expectativas são da retomada de crescimento. “Fomos muito afetados pela crise mundial, particularmente pela variação cambial e pelo clima de eleições”, analisa. Em uma recente pesquisa com as 500 maiores empresas do Brasil, o instituto identificou que 54% das corporações não cumpriram o budget de TI estipulado no início do ano, por outro lado, não pretendem reduzir os investimentos para o próximo ano. A previsão para 2002 é que o setor de TI movimente US$ 11 bilhões, sendo 32% relativos a serviços, 52% em gastos com hardware e 16% com software.
Um dado importante para os fornecedores em relação às oportunidades para 2003 é olhar com mais atenção para o middle-market. Atualmente, as 500 maiores empresas do Brasil são responsáveis por 38% dos investimentos em TI, mas as empresas de médio e pequeno porte estão crescendo na pirâmide e procurando por soluções de tecnologia. “No entanto, as empresas de menor porte ainda são mal atendidas. Outra oportunidade é olhar para fora do eixo Rio-São Paulo, a região sudeste que concentrava 83% dos gastos com TI na década de 90 e que hoje é responsável por 58%, ou seja, há outros mercados a serem explorados”, conclui.
Giedre Moura é repórter da revista Network.
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