Sites ficam mais acessíveis para deficientes visuais
da Deutsche WellePesquisadores do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, fornecem à iniciativa privada e a departamentos públicos a tecnologia necessária para tornar seus sites mais acessíveis a portadores de deficiência visual. Supõe-se que a internet facilite a vida. No entanto, provedores que utilizam atalhos em seus códigos podem vir a deixar deficientes visuais com o dia-a-dia ainda mais complicado. Já há alguns anos, programas especiais de software proporcionam aos que não enxergam a possibilidade de surfar na internet. Os chamados “leitores de tela” decifram os textos da web e reproduzem os mesmos com a ajuda de sintetizadores de voz. Descrições de textos em html também possibilitam aos deficientes visuais reconhecer ícones ou gráficos, que normalmente aparecem na tela. Além dos leitores de tela, há programas destinados aos que apresentam deficiências visuais não completas, como idosos, por exemplo. Nesses casos, o software utilizado aumenta detalhes da página na tela. Primórdios das pesquisasApesar do desenvolvimento científico observado, ainda há muito a fazer. “Seria ótimo se eu pudesse ter acesso online a minha conta bancária, pois assim não iria precisar de uma pessoa para cuidar de meus extratos. Assim, deixaria de me sentir nu como me sinto agora”, observa o jornalista cego Matthias Klaus, que, com o uso da internet, consegue executar seu trabalho de forma bem mais confortável que antes. Os bancos pertencem, no entanto, ao tipo de empresa cujo software, via de regra, não permite a leitura de textos para deficientes visuais. Em função do uso extremo de cores, forma e gráficos, a leitura dos textos torna-se inviável através dos programas existentes no mercado. “Se um webdesigner pretende oferecer um determinado conteúdo, utilizando tipos e tamanhos de letra muito específicos, ele provavelmente terá problemas para criar páginas livres de barreiras”, afirma Henrike Gappa, do Instituto Fraunhofer, uma das maiores instituições de pesquisa da Alemanha, que congrega 56 unidades espalhadas por todo o país. Os cientistas que trabalham para o instituto pretendem ajudar tanto a iniciativa privada quanto o governo na criação de websites isentos de tais barreiras. CustosNo passado, uma série de empresas alemãs evitaram oferecer páginas na web desenvolvidas para pessoas com deficiências por acreditarem que poderiam trazer custos adicionais. Este é um preconceito que os pesquisadores do Instituto Fraunhofer estão empenhados em eliminar. Segundo eles, é absolutamente desnecessário criar páginas voltadas especialmente para portadores de deficiências. Basta fazer um bom design, criando um tipo simples de website, que este será acessível a todos. O mecanismo é simples: as imagens utilizadas nas páginas deverão usar sempre etiquetas (tags) de descrição do padrão html, evitando elementos complexos. “Estamos tentando treinar webdesigners, empresas e autoridades governamentais a criar sites acessíveis para deficientes através de qualquer tipo de software”, afirma Gappa. Se a iniciativa privada não pode ser forçada a seguir essas regras, pelo menos os departamentos públicos alemães serão obrigados a construir páginas viáveis ao acesso do deficiente.
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