Spyware ameaça destronar spam do ranking das maldições online
03/05/2004
Se tornou comum o desespero de milhões de internautas frente a avalanche de spams que entope seus correios eletrônicos diariamente. Também o apavora a quantidade de vírus que o lixo digital dissemina. Mas algo bem mais terrível começa a se espalhar pela rede mundial dos computadores. O mais novo risco é o spyware, ou software espião, praticamente um big brother da web com um agravante: não tem permissão.
Na avaliação de especialistas, programas que se escondem nos computadores dos usuários e secretamente monitoram suas atividades estão emergindo como a próxima praga da tecnologia. O spyware pode reduzir o poder de computação, travar máquinas e soterrar os usuários sob montanhas de anúncios indesejados. Pode capturar senhas, números de cartão de crédito e outros dados pessoais.
Tudo para informar aos vendedores de publicidade o comportamento online de cada usuário. “Estas aplicações enganosas comprometem o controle do internauta sobre o próprio computador, sua conexão com a web e distribuição de suas informações privadas”, disse ao Clarín Jerry Berman, presidente do Centro para Democracia e Tecnologia dos EUA, um sub-comitê do Senado em Washington que se ocupa do problema.
Lá, já se estudam criar leis para deter a epidemia. Isso porque, os softwares espiões estão até mesmo encontrando lugar na cultura popular. “Estava assistindo a uma novela um dia desses, e um personagem perguntou a outro se este tinha instalado spyware na máquina de tal pessoa”, diz Mozelle Thompson, representante da Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos.
O problema é mais alarmante do que parece: o spyware muitas vezes é menos visível do que as outras ameaças online, segundo os especialistas. “O spam quer ser visto e o spyware não quer ser visto”, diz Dave Baker, vice-presidente jurídico e de questões públicas no provedor de acesso americano EarthLink. (segue)
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